cheirando a guardado

o que fui guardando na memória do gostar ...

abril 28, 2010

Anada




Touha zvana Anada - Czechoslovakia, 1969. American title: Adrift. Features Rade Markovic, Milena Dravic & Paula Pritchett. Directed by Jan Kadar & Elmar Klos. Music by Zdenek Liska.

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abril 25, 2010

Zeca



Cantar Alentejano

Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
Aquela pomba tão branca
Todos a querem p´ra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p´ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar

José Afonso 

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abril 20, 2010

Mini

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abril 15, 2010

Santana

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abril 12, 2010

Jeux Interdits

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abril 09, 2010

Maria Teresa Horta

 À tua espera

Tranquila e serena
a nossa casa
nos quatro cantos
o sol do meio-dia

à tua espera alegre
e descansada
injecto-me de amor às
escondidas

Sobre a garganta passo
os dedos espessos
e a roupa uma a uma
vai caindo

para que então amor
com os teus dedos
quando vieres me vás
depois vestindo


Maria Teresa Horta
in Candelabro, 1964

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abril 07, 2010

José Régio




Adão e Eva


Olhámo-nos um dia,
E cada um de nós sonhou que achara
O par que a alma e a cara lhe pedia.


- E cada um de nós sonhou que o achara...


E entre nós dois
Se deu, depois, o caso da maçã e da serpente,
... Se deu, e se dará continuamente:


Na palma da tua mão,
Me ofertaste, e eu mordi, o fruto do pecado.


- Meu nome é Adão...


E em que furor sagrado
Os nossos corpos nus e desejosos
Como serpentes brancas se enroscaram,
Tentando ser um só!


Ó beijos angustiados e raivosos
Que as nossas pobres bocas se atiraram
Sobre um leito de terra, cinza e pó!


Ó abraços que os braços apertaram,
Dedos que se misturaram!


Ó ânsia que sofreste, ó ânsia que sofri,
Sede que nada mata, ânsia sem fim!
- Tu de entrar em mim,
Eu de entrar em ti.


Assim toda te deste,
E assim todo me dei:


Sobre o teu longo corpo agonizante,
Meu inferno celeste,
Cem vezes morri, prostrado...
Cem vezes ressuscitei
Para uma dor mais vibrante
E um prazer mais torturado.


E enquanto as nossas bocas se esmagavam,
E as doces curvas do teu corpo se ajustavam
Às linhas fortes do meu,
Os nossos olhos muito perto, imensos,
No desespero desse abraço mudo,
Confessaram-se tudo!
... Enquanto nós pairávamos, suspensos
Entre a terra e o céu.


Assim as almas se entregaram,
Como os corpos se tinham entregado,
Assim duas metades se amoldaram
Ante as barbas, que tremeram,
Do velho Pai desprezado!


E assim Eva e Adão se conheceram:


Tu conheceste a força dos meus pulsos,
A miséria do meu ser,
Os recantos da minha humanidade,
A grandeza do meu amor cruel,
Os veios de oiro que o meu barro trouxe...


Eu, os teus nervos convulsos,
O teu poder,
A tua fragilidade
Os sinais da tua pele,
O gosto do teu sangue doce...


Depois...


Depois o quê, amor? Depois, mais nada,
- Que Jeová não sabe perdoar!


O Arcanjo entre nós dois abrira a longa espada...


Continuamos a ser dois,
E nunca nos pudemos penetrar! 


José Régio




 





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abril 05, 2010

Elvira Madigan

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